segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Como Pilotar Moto na Trilha | Dicas e Técnicas de Pilotagem de Moto



Nesta seção vamos tentar passar ao Rôia… ops! digo, vamos tentar passar a você um pouco do conhecimento que adquirimos durante nosso tempo de trilheiros. São coisas simples, básicas para quem está começando a andar ou já anda ha algum tempo, mas não domina muito a sua moto. O difícil é lembrar de tudo na hora do sufoco… mas com o tempo as reações passam a ser mais automáticas.
De forma geral, com um posicionamento correto na moto você pode evitar grandes tombos e melhorar sua performance nas trilhas, desde as trilhas de baixa até as de alta velocidade. Às vezes pode-se sair de situações difíceis usando apenas o equilíbrio, pode-se ficar em pé na moto, e ir balanceando o peso do corpo para deixar a moto em equilíbrio.
Manter sempre os cotovelos altos, um pouco acima do guidão também ajuda. É importante evitar acelerar ou frear de forma muito brusca, isto pode provocar descontrole, derrapagem e implicar em sua queda. Outra regra: Use a embreagem apenas para a troca de marcha. Evite ao máximo empregar a embreagem como recurso para superar obstáculos, tal atitude pode danificar seus discos a ponto de sua moto ficar sem embreagem e você ficar ferrado.

Vejamos algumas dicas mais específicas:

  • Pilote sempre em pé: Isso vale para as trilhas de final de semana, provas de Enduro, Cross-Country e provas curtas.Pilotando em pé, você vai sentir menos as “imperfeições” do terreno. Por exemplo: passando num atoleiro, sua moto escorregou feio. Sentado, sua bunda e suas pernas são jogados para o lado fazendo com que você perca equilíbrio, pois seu tronco ficou no mesmo lugar. Estando em pé, seu corpo todo seria deslocado, mas você ainda estaria mantendo equilíbrio. Parece estranho mas, com o tempo, você verá que isto é um fato. A posição ideal é: Joelhos levemente dobrados, as pernas segurando a moto, coluna levemente inclinada para a frente e cotovelos dobrados, voltados para cima. Com a moto parada, sua posição deixa você em pé, equilibrado. Você nunca deve se apoiar no guidão, seja jogando ou segurando seu peso. Você SEMPRE deve estar apoiado nas suas pernas, não nos braços.
  • Mantenha seu centro de gravidade: Mas o que é isso meu irmão ??? Simples. Alguém já deve ter dito à você: “Quando estiver numa subida, encoste a barriga no tanque. Quando estiver descendo, vá para trás do banco…” Bom, é quase isso. Simplificando, manter seu centro de gravidade é manter seu corpo sempre em pé (ereto). Se estiver numa subida, apenas a moto deve se inclinar com o barranco. Seu corpo deve continuar “no prumo”. Ou seja, o tanque vem até você, não é você que vai até ele. pode ser que ele nem chegue, ou que ele queira passar da sua barriga, tudo depende da inclinação da subida. O importante é manter o corpo sempre na mesma posição de equilíbrio de quando se está no plano. O mesmo vale para as descidas. Quando se está descendo, apenas a moto deve inclinar-se para baixo. Claro que, numa descida, você não vai conseguir ficar em pé, senão terá de largar do guidão. Mas suas pernas e cintura deverão permanecer o mais ereto possível, inclinando apenas o tronco. Isso fará com que o seu peso seja deslocado para trás e você continue em equilíbrio.
  • Deixe os dedos indicadores sobre os manetes: No começo, vai ser uma droga. Seus dedos vão doer, vai parecer que você não consegue segurar o guidão com firmeza, etc. Isso passa. Quantas vezes você não escorregou por ter travado o freio dianteiro ? Pode ter certeza que foi porque você tomou um susto e “alicatou” o freio. Quantas vezes você não deixou a moto morrer, porque não apertou a embreagem a tempo ? Se você estiver com os dedos já posicionados, as reações são muito mais rápidas e precisas. Você não vai mais “alicatar” o freio, pois o seu dedo já vai estar na posição certa quando você precisar dele. O mesmo vale para a embreagem.
  • Curvas abertas: Não importa se o terreno está liso ou não, o método é o mesmo. Mantenha-se em pé, não sente. Ainda em linha reta, comece a desaceleração, vindo pela parte de fora da curva. Antes de iniciar a curva, trave seu freio traseiro, fazendo com que a moto derrape para se alinhar à parte de dentro da curva, apontando para a saída dela. Assim que ela estiver se alinhando, faça pressão na pedaleira do lado de fora da curva e retome a aceleração. Isto vai fazer com que você termine de derrapar enquanto aumenta a velocidade e, ao mesmo tempo, mantém seu corpo e a moto equilibrados, por causa da pressão na pedaleira. A melhor maneira de treinar este tipo de curva é fazê-las num terreno liso, forçando a derrapagem, até que você sinta confiança de que não vai sair voando curva afora.
  • Curvas fechadas: Existem muitos modos de se fazer uma curva fechada. Vamos explicar dois deles. Ambos têm seu prós e contras: 1a.: Imagine um ponto no meio da curva. Trace uma reta que vai de onde você está até este ponto e outra que vai do ponto para a saída da curva. É assim que você vai fazê-la. Como ? Simples: Não reduza a velocidade; freie pouco antes do ponto determinado, travando a roda traseira e derrapando a moto de forma que ela se alinhe à outra reta. Pronto, a curva está feita. Enquanto você derrapa, reduza a marcha para já sair forte da curva. A desvantagem desta curva é que você sai um pouco mais lento mas, em compensação, você freou depois do seu adversário e não precisou fazer uma “tomada” de curva, só precisou de um ponto; 2a.: Você irá reduzir um pouco antes da curva e, ao entrar nela, deslocar seu centro de gravidade para frente (sentando quase em cima do tanque), jogar a perna que estiver do lado de dentro da curva para frente, em direção à roda dianteira (não é para pôr o pé no chão, é para aumentar o peso na roda da frente) e calçar o máximo que puder o outro pé na pedaleira. Isso fará com que você aumente o peso na roda dianteira evitando que ela escorregue e manterá seu equilíbrio quando a roda traseira derrapar. Num ponto da curva (você vai ter que descobrir o seu ponto) você começa a acelerar forte. A moto deve escorregar um pouco. Quando alinhar a moto na reta, você já deve estar voltando para a posição em pé, jogando seu peso na roda de trás para dar mais tração à roda traseira. A vantagem é de você sair forte da curva. Com prática, você deve conseguir fazer mais rápido do que a outra, mas você precisa de espaço para isso. Se estiver no corpo-a-corpo e seu adversário souber fazer a outra curva, é provável que você fique para trás.
  • Frenagem: Todo mundo sabe acelerar, mas poucos sabem frear. Pra quem não sabe, o principal responsável por parar a moto é o freio dianteiro, não o traseiro. Em linha reta e em alta velocidade, a melhor maneira de diminuir a velocidade rapidamente é se mantendo em pé na moto, com o corpo inclinado para trás. O uso do freio dianteiro deve ser progressivo, ou seja, você deve começar a pressioná-lo levemente e ir apertando aos poucos. Nunca fique dando “trancos” no freio, não ajuda em nada. O freio traseiro deve ser usado levemente, para ajudar na desaceleração. Outra dica importante é observar o terreno sobre o qual vc freia, isso pra se ter uma idéia do quanto vc pode frear sem cair e do quanto utilizar de cada freio. Em descidas com o chão cheio de pedras,por exemplo, use mais o freio traseiro, frear a dianteira é tombo certo.
  • Pilotando no barro: Escolha o caminho mais seguro para evitar uma possível queda. Deixe a moto numa marcha reduzida, mas mantenha o giro do motor bem alto, para que o pneu mantenha-se limpo e não fique preso nas canaletas. Não confunda giro alto com velocidade. A velocidade será baixa, só o giro do motor que ficará alto.
  • Pilotando na areia: Para não correr o risco de atolar, você deverá manter a roda dianteira bem leve. Para isso, mantenha-se sempre em pé na moto, com o corpo levemente inclinado para trás. Isto fará com que você alivie o peso na roda dianteira e aumente na roda traseira, o que dará mais tração. Aqui você também utilizará uma marcha reduzida, mas não tanto quanto no barro.
  • Pilotando em piso duro: Este tipo de terreno parece tão liso quanto o barro, parece que seu pneu traseiro está furado. Para andar bem aqui, você deve utilizar uma marcha mais alta, deixando o motor trabalhar com um giro mais baixo, evitando que a roda traseira perca tração. Aceleradas bruscas e alto giro farão com que você derrape facilmente.
  • Pilotando nas pedras: Mantenha-se em pé na moto, com o corpo levemente inclinado para a frente, aumentando o peso na roda dianteira, para evitar que ela “saia da mão”. Entretanto se for uma descida, posicione-se mais atrás no banco e freie mais com a roda traseira pra evitar que a dianteira trave e te jogue no chão. Num terreno muito acidentado, utilize uma marcha reduzida, para poder conseguir obter uma resposta rápida da moto, caso precise superar algum obstáculo.
  • Buracos: são inevitáveis nas trilhas, tome cuidado com erosões que formam verdadeiras grotas pelo caminho. Caso o buraco seja pequeno reduza a marcha, puxe o guidão e acelere, a moto vai dar um empinadinha e passará por ele, mas aguarde pelo coice da roda traseira, lembre-se: sua moto tem DUAS rodas. Caso o burraco seja grande é melhor ir devagar, depois de cair dentro é preciso que o motociclista puxe a roda dianteira da moto junto com outra pessoa para sair.
  • Erosões ou Cavas: São erosões formadas por enxurradas que às vezes são tão grandes que quase escondem a moto dentro. Nas cavas grandes é preciso tomar cuidado para não entortar os pedais de câmbio e freio. Você pode tentar jogar o pneu dianteiro na parede da cava e tentar sair do outro lado, mas, nem sempre a moto e as pernas do piloto cabem, é preciso “caminhar” com os pés fora da cava e a moto dentro.
  • Raízes ou galhos caídos: são sempre um problema durante a trilha. Se o trilheiro não for para cima firme, principalmente em subidas, a moto passa o pneu da frente e fica prezo na raiz pelo de trás, ele perde tração e derrapa, geralmente não adianta acelerar, você estará desgastando inutilmente os pneus.O negócio é o seguinte: se não der para passar margeando o pneu dianteiro em algum morrinho lateral, você deve chegar com a moto numa com uma marcha reduzida, puxar o guidão para trás em pé e acelerar, a moto vai levantar a dianteira e passar sem problemas, se estiver numa boa velocidade não terá problemas para passar a traseira. Importante: a moto deve estar alinhada com o obstáculo, se entrar na diagonal um dos pneus pode derrapar e te dar um rabada daqueles. Isto vale para raízes, pedras, etc…, agora se ainda não está confiante o bastante tente passar devagar e dê uma ajuda a moto com as pernas ou saia de cima da moto.
  • Troncos caídos: é necessária uma “empinadinha” na roda dianteira para passar a frente da moto, quando o protetor do Carter bater no tronco, a moto deverá ser inclinada para frente e com a ajuda do corpo a roda traseira encosta-se ao tronco, então basta acelerar. Vá devagar, se não vc pode amassar os frisos da roda. A mesma técnica vale para pedras grandes no meio do caminho. É preciso uma atenção caso haja muitos tocos na trilha. Os acidentes mais comuns causados por eles são: dedos e pés fraturados. Se não tiver equipamentos, só amor nos dedos, vá com calma!!!
  • Saltos inesperadas: quando você for enfrentar um obstáculo em alta velocidade e não der para você diminuir a velocidade a tempo, apenas se posicione corretamente na moto e quando chegar no obstáculo faça uma pequena força puxando o guidão para cima, evitando que a frente caia. Nos saltos é sempre aconselhado cair com a roda traseira ou com as duas rodas juntas. Cair forçando a roda dianteira é problema! É necessário que o trilheiro tenha a coragem de enfrentar o obstáculo para evitar acidentes e danos a moto ou a ele mesmo. Normalmente num pulo em velocidade alta com a moto bem alinhada ao obstáculo dificilmente acontece algo errado, a moto pula de forma correta, sendo necessário apenas que o trilheiro fique em pé na moto para melhorar o equilíbrio, terminando o salto.Agora quando o trilheiro entra freando no obstáculo, a moto tende cair à frente, é quando acontece o acidente. Normalmente os trilheiros danificam suas motos nos obstáculos inesperadas que surgem nas trilhas de média e de alta. Mas não seja MUITO louco, em trilhas novas ou desconhecidas é melhor ir com calma nas primeiras vezes.
  • Riachos: escolha o caminho que achar mais apropriado, se for a primeira vez q se passa no riacho, é bom checar a profundidade, e caso entre, não fique esperando que Deus ajude… acelere e só pare quando já estiver tranqüilo do outro lado. É importante não deixar a água atingir o filtro de ar, nem deixar a moto cair no rio. Para facilitar a visão do piloto pode-se ficar em pé nas pedaleiras e mesmo que pareça refrescante, não deve passar muito rápido pelo riacho porque pode ter uma pedra ou tronco submerso.A dica é, a parte do riacho que tem correnteza é o local mais raso, e caso ele tenha partes claras e escuras, as escuras mostram locais mais fundos.
  • Atoleiros: deve-se escolher o caminho mais seguro para evitar quedas, tentando ao mesmo tempo uma pilotagem agressiva e cautelosa, andar sempre com a marcha reduzida fazendo com que o motor esteja em alto giro para que se mantenha o pneu limpo. O embalo é essencial, pelo menos irá vencer boa parte do atoleiro na velocidade. No caso da moto atolar não adianta nada ficar acelerando, pois a moto afunda mais. Desça da moto e mãos a obra…
  • Pântanos ou Brejos: Não seja burro: Evite-os. Muitos trilheiros acabam afundando em brejos porque se iludem achando que vários matos e plantas significam solo mais resistente e, sem saber, acabam passando por uma fria. Nas partes mais úmidas a moto afunda muito, e solo faz sucção nos pneus e no pé do trilheiro. Não tente sair de um brejo acelerando quando ve que sua moto não se move, assim você só irá afundar mais. A melhor alternativa é chamar um amigo para te ajudar a empurrar e ir acelerando vagarosamente. Se a coisa ficar feia mesmo e você não tiver levado uma corda, reze pra alguém ter levado.
  • Na duvida, ACELERE!!!: Sei que isso parece uma frase de efeito, mas é a mais pura verdade. O fato é que: o que te dá equilíbrio é o giro das rodas, pouca velocidade implica em pouco giro nas rodas e conseqüentemente pouco equilíbrio. Então em vez de ficar pensando “Eu freio, eu paro, eu acelero, eu escoro com o pé, eu chamo São Benedito?” … não teha dúvida, acelere !
fonte: http://www.terranozoio.cjb.net/

Um comentário:

  1. Muito bom! Pelo pouco que já pilotei com minha crf230 e pelas dicas dos companheiros de trilha, toda ajuda aos novatos é válida.
    Pois quem avisa amigo é.

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